quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Amores passageiro

     Amores passageiros, rotineiros, momentâneos, como achar conveniente o chamar. São aqueles que nos tiram o ar por alguns segundos enquanto caminham em nossa direção, nos atravessam e seguem seus caminhos para onde quer que estejam indo, e antes mesmo de podermos dizer "paralelepípedo", esquecemos completamente sua existência. Pode acontecer em uma biblioteca e você não ser capaz de pedir seu nome, na poltrona de um ônibus e ele descer em uma parada diferente da sua, na fila do supermercado e ele estar duas pessoas na sua frente, ou até mesmo em uma escada rolante,você está descendo e ele subindo, e por uma pequena fração de segundos seus olhares foram cruzados.

      Amores passageiros são aqueles que sentimos vontade de dizer: olá. Mas talvez o olá quebre a magia e acabe com todos planos que você criou em segundos na sua cabeça, sem que você o tenha degustado. O amor passageiro não precisa ser correspondido, mas ele lhe tirará o chão quando os olhos se baterem, e mais ainda quando os dois indo em uma direção oposta virarem o rosto para continuarem trocando curtos olhares perdidos. Não há necessidade de consumar o amor passageiro com um beijo, ele precisa ser esquecido para poder ser real.
     
      Eu jamais lhe darei oi, eu jamais lhe direi que um dia foi meu amor passageiro, eu não irei segurar sua mão e andar por um parque, eu não à levarei para ver o sol nascer na beira do mar, pois você foi meu amor passageiro, assim como muitas serão e eu amarei todas até que lhes perca de visão.

Árvores

                                    As árvores tem nomes
                       Eu vejo uma e ela me chama 
                                 Mas, as vezes me manda para longe.

                                                 As árvores tem olhos,
                           E eles se perdem entre suas folhas e histórias 
                 Olhos que jamais consegui ver de perto. 

    As árvores tem camadas tão profundas e misteriosas, 
                 Que em meus mais solitários dias tentei desvendar,
                                  E enquanto mais eu sabia,

                                                    Em mais árvores me perdia.